domingo, 19 de dezembro de 2010

Doce Luz

Há de vir o dito dia
Em
que serás compreendida, amada luz,
Tu e teu silêncio,
Tua
voz e teus cabelos,
Teu horizonte perdido.

Há de vir o dia
Em
que, finalmente,
Banharás a mim e a meu povo
De lua e de
estrelas:
Tua ínfima demonstração de amor.

Há de vir o dia
Em
que esta canção
Te levará em revoada
Aos montes ressonantes dos
teus sonhos.

Há de vir o dia, enfim,
Em que teu sonho,
reiterado,
Fechará toda a sombra que há no asfalto;
E então,
recobrado o fôlego,
O mundo irá respirar calmo
Do sopro da tua
luz, da tua doce luz...

Um comentário:

  1. guilherme, eu poema lembrou-me um poeta de minha cidade (Goiana).

    Na luz do dia

    Luz, mui bela luz
    que ofusca, que brilha
    que lava, borda
    mela de seda
    que linha alma
    que minh’aura
    aura doida
    aura doira
    aura de luz
    Luz cor de plata, plumas, prata
    prata ponta de punhal
    que mal em terra arde
    mar de prata, som, luz e sal
    – que arde
    cor de ocre que doira as teias
    de seda, de seda
    do crescer do nada
    do sol, do ser, do medo
    da luz
    Luz, mui bela luz do dia.

    José torres (verso avesso/1987)

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