segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

À moça de amanhã

Moça de amanhã,
rogo-te o favor:
Tragas em tuas vestes
O que não tens de terno e
afável,
O não mostrares a beleza de sob o Sol;
O futuro marcado de
impurezas e mesquinhez.
Tragas a repulsa de sempre.
Esse campo
( não o traga ).
Há de vir o dia, moça de amanhã,
O dia da
indiferença,
O dia do corpo são, sem marcas do sofrimento
Em que
constantemente vens te apoiando
E fazendo migalhas de minha ternura
velada.
Há de vir o dia, moça de amanhã,
Sequer pensarei no passo
seguinte,
No futuro tão certo desta esperança incerta.
Há de
chegar o momento em que
Não mais passarei sob esta névoa de duzentos
anos,
Não mais, sob esta névoa de amanhã.


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